É o título de um (não tão recente, porém ideologicamente atual) livro¹, que empresto ao descrever as vultuosas multidões que enfrentam engarrafamentos quilométricos, driblam a polícia e põem ao chão alambrados para poder fazer parte da mega-power-hiper manada enlouquecida que assiste a um adolescente branquelo, de intelectualidade duvidosa e sexualidade nebulosa, rebolando ao som de composições pré-fabricadas, criativamente insípidas e musicalmente rasas.²
Ou fazem fila para poder ver por uma hora (até o show dos velhinhos dos Stones durou duas) a uma outra figura – verdade que incomparavelmente anos-luz mais evoluída que a primeira, no que diz respeito à genialidade musical – não fosse pela incoerência emocional, porralouquice incondicional ou qualquer coisa ruim que possa ser usada como instrumento de autodestruição por popstars a ponto de implodir de tanta culpa, ou medo, ou vazio (tudo o que já existia, porém agora com mais dinheiro, drogas e paparazzi).³
E os meios de comunicação? Alguns sentenciam sua morte, baseados em exemplos de outrora e instigando o público a quase torcer por um “vale a pena ver de novo”. É como slogan clichê: “Visite a Baixa da Égua , antes que ela acabe”. (4)
Mas o pior, não são as “celebridades” catalisadoras de tal atenção e (sobretudo) dinheiro de um país economicamente periférico e, por isso mesmo, palco ideal para tais experiências. Pois aqui estão igualmente entorpecidos pela gana em não parecer provincianos (e por isso mais provincianos ainda), milhares de adultos preocupados em parecer adolescentes, pseudo-emancipados no afã de parecer não concordar com o “sistema”. Aliás, ainda estão para inventar coisa mais chata do que gente que fala “no sistema”. Não me macem, pelo amor de Deus! Para mim, os que dizem "a caretice do sistema" na verdade são os "parasitas do sistema", já que nada produzem, mas têm geralamente algum "careta medíocre" por trás, que é quem lhes paga a birita e o pó... então, discurso falido!
Acho que poderíamos criar uma cidade (e chamá-la de Putaqueopariuland) para onde iriam todos os que vivem em suas bolhas fingindo que são “foda” para não precisar crescer. Isso seria “massa”, “irado”. Não, não sucumbi ao vocabulário “deles”, só usei os últimos três adjetivos para poder dizer que os mesmos, por sinal, soam-me aos ouvidos como golfadas de náufragos, enfadonhos e afogados na própria superficialidade.
1-http://ahoraevezreservado.blogspot.com/2007/12/apocalpticos-e-integrados.html
2-http://www.jornalacidade.com.br/editorias/cidades/2010/08/29/confusao-deixa-2-mil-sem-show-em-barretos.html
3-http://wp.clicrbs.com.br/holofote/2011/01/10/amy-winehouse-xinga-fas-na-porta-do-hotel/?topo=52,1,1,,186
4. Jimi Hendrix, Janis Joplin, Jim Morrison, Kurt Cobain ( Todos morreram aos 27, idade atual da Amy Winehouse)